Em 2020, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil despencou. E, com ele, o poder de compra do povo.
Talvez você não saiba, mas foi o setor de petróleo e gás que manteve o Brasil em pé.
Ufa! Ainda bem que a Petrobras ainda é estatal…
Mas, afinal, o que é PIB?
O PIB é um indicador econômico. Ele representa a riqueza gerada, somando todos os bens e serviços produzidos em um período específico (trimestre, ano etc).
A previsão é que o Brasil feche 2020 com os piores índices econômicos da história. Em outubro, as estimativas mais otimistas apontavam PIB 6% negativo (-6%), outras apontavam queda de até 9% (ou -9%).
Vários fatores, nacionais (como o fracasso do governo Bolsonaro) e mundiais (como a pandemia do novo Coronavírus) contribuíram para a queda do PIB.
Vale lembrar que antes mesmo da pandemia nossa moeda, o Real, havia batido recorde de desvalorização em relação às moedas estrangeiras. E março, cada dólar custava mais de R$ 5,00. (depois, chegou a R$ 5,83).
A situação só não foi pior porque a Petrobras conseguiu aumentar a extração de petróleo. Enquanto a maioria das atividades econômicas ruíam, o segmento fez as indústrias extrativas cresceram 6,8% no período, suplantou os prejuízos do segmento de minério de ferro, e evitou uma queda ainda maior no PIB.
E como isso foi possível?
Em 2003, o Brasil fez grandes investimentos na área petrolífera brasileira, através da estatal do petróleo brasileiro – a Petrobras.
Desenvolvendo tecnologia própria, e aperfeiçoando as técnicas de pesquisa e exploração, a companhia descobriu as imensas reservas de petróleo e gás da camada do Pré-sal, em 2006.
Tratava-se da maior riqueza encontrada em território nacional no último meio século!
O Pré-sal elevou a produção diária de barris de petróleo do Brasil, de 1,27 milhão (2000) para 2,52 milhões (2015).
Segundo o IBGE, em 2014 o PIB do país totalizou R$ 5,52 trilhões, dos quais 13% eram apenas do setor de petróleo e gás, área de atuação da estatal.
Não à toa, a Petrobras é a maior empresa brasileira, e seu impacto na economia nacional é gigantesco, a ponto de ajudar o Brasil a se tornar um dos países mais ricos do mundo em tempos normais, e ajudar o país a suportar crises gigantescas (como a financeira que começou nos Estados Unidos em 2008 e a causada pela pandemia em 2020).
O que isso significa?
Quando o setor de óleo e gás respondeu por 13% de nosso PIB, a Petrobras garantiu que cada R$ 1 por ela investido movimentasse outros R$ 3 na economia.
Isso significa que se ocorrer o contrário e a estatal deixar de investir, o PIB brasileiro vai crescer menos (ou ficar estagnado).
Na prática, um corte de 10% no plano de negócios da Petrobras poderia desfalcar de 0,1 a 0,5 ponto percentual do PIB, e até mesmo levar o Brasil rapidamente à recessão.
Outro fator significativo para o peso da estatal no PIB de 2014 foi sua participação nos investimentos do país: quase um quarto (24,2%) dos investimentos nacionais (16,5% do PIB) foram gerados por ela.
Quem também cresceu com a Petrobras?
A economia brasileira também foi aquecida pelos fornecedores da estatal. Naquele ano, das 109 mil indústrias (com mais de 30 pessoas ocupadas) do país, 8 mil (equivalente a 7,4%) estavam forneciam à Petrobras.
Em comparação à média do mercado, elas empregavam 200% mais trabalhadores e pagavam salários 80% maiores.
Sabendo que as exportações e importações da Petrobras são prioridade nas pautas de comércio exterior, seus fornecedores respondiam por 30,4% das exportações do país, 25,3% das importações, e 35,5% das importações de bens de capital.
Mas, em 2020, o Brasil continuará em pé?
O Brasil é o nono maior produtor global de petróleo, graças ao trabalho desenvolvido pela Petrobras, que tornou nosso petróleo altamente competitivo, tanto por sua qualidade como por sua produção a custos reduzidos.
Tais investimentos poderiam gerar excelentes receitas ao país. Contudo, o foco do atual governo apenas na extração e venda de petróleo cru vai reduzir ainda mais o papel da Petrobras no PIB brasileiro.
Enquanto isso continuar, o país estará econômica e socialmente vulnerável, quer aos efeitos de uma crise sanitária, como a causada pelo Covid-19, quer à guerra comercial, como a que ocorreu entre Arábia Saudita e Rússia (que fez o preço do petróleo despencar no início de 2020), por exemplo.
Por isso, a Petrobras precisa continuar sendo estatal e direcionada para gerar desenvolvimento ao país.
Mas será uma tragédia se ela for privatizada, já que toda a riqueza que ela pode produzir será exclusivamente destinada ao lucro de seus novos donos (possivelmente estrangeiros).
Ou seja, com ou sem pandemia, vender a Petrobras seria um desastre para nós, o povo brasileiro.
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