A partir de 2016, a direção da Petrobras mudou de rumo logo que o governo Temer assumiu. A privatização da empresa passou a ser meta de setores que não possuem compromisso com o Brasil.
Com a mudança do governo, em janeiro de 2019, veio a radicalização desta postura e ampliou-se o processo de desmanche da estatal, com a venda de pedaços (subsidiárias) em vários segmentos.
Essas mudanças irão comprometer a lucratividade no futuro da estatal, mas atual gestão não está preocupada com isso.
Já foram entregues subsidiárias como a Transporte Associado de Gás (TAG), a Nova Transportadora do Sudeste (NTS), a Liquigás, a BR distribuidora, além de o processo de venda da Gaspetro ter avançado. Vários campos de produção também foram vendidos, sejam terrestres ou marítimos.
Essas vendas em 2019 geraram 24 bilhões de reais, o que correspondeu a 60% do lucro da empresa, dando uma falsa sensação de lucratividade e enganando alguns que acham que este número é sintoma de boa administração.
A mais nova face desta política é chamada de hibernação. Na verdade, é uma estratégia para acelerar a privatização da empresa ao abrir mão do funcionamento de plataformas e subsidiárias.
A estrutura parada e sem manutenção se deprecia e, pelo preço reduzido, fica mais atraente para os compradores. É um crime de lesa-pátria cometido por aqueles que deveriam estar valorizando a soberania brasileira.
Utilizando como argumento a pandemia da Covid-19, a Petrobras anunciou em abril a hibernação de 62 plataformas em águas rasas nas bacias de Campos, Sergipe, Potiguar e Ceará. A direção da estatal alegou que o preço baixo do petróleo inviabiliza a exploração econômica dessas áreas.
No entanto, as plataformas em Sergipe, Potiguar e Ceará estão justamente em listagem de bens colocados à venda pela estatal, assim como várias das plataformas de Campos. Muitos desses campos são maduros e precisam apenas de pequenos investimentos – que não feitos desde o governo Temer – para dobrar ou triplicar a produção.
A crise, caudada pelos impactos da pandemia, está sendo usada como desculpa para uma aceleração do desmanche da Petrobras em larga escala.
Durante uma reunião do governo, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, celebrou a pandemia e afirmou que é o momento para passar “boiada” e facilitar o avanço do agronegócio sobre a Amazônia. O presidente da Petrobras, Castello Branco, não fica atrás e segue a mesma linha no seu projeto de destruição do patrimônio dos brasileiros.
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