A desigualdade social é uma herança histórica do Brasil. Em países subdesenvolvidos como o nosso, o capitalismo de consumo atua com mais intensidade e dificulta, inclusive, a execução de programas de combate à pobreza.
No Brasil, após a descoberta do Pré-sal, finalmente se sonhou com um Estado que pudesse proporcionar desenvolvimento de base, porém, com o atual Governo Federal, a prioridade é outra.
E quem perde com isso? Os brasileiros.
Quem ganha? Os acionistas, investidores, mercado internacional e as multinacionais.
É preciso ficar claro que a principal diferença entre uma empresa estatal, como a Petrobras (que tem compromisso social) para uma empresa 100% privada (que visa apenas o lucro) está no destino do dinheiro.
A estatal, obrigatoriamente, destina grande parte do seu lucro para fundos de promoção à saúde, a educação, a segurança nacional, meio ambiente e muitas outras áreas que são função do governo. O capital privado reverte seu lucro para os donos ou para os acionistas e, se for multinacional, envia a maior parte para a sede em seu país de origem.
Muitos países entendem a importância das estatais. Até porque, as maiores empresas no setor do petróleo e gás são do Estado. Essa riqueza é estratégica.
Nesse contexto, conheça as maiores estatais do setor do petróleo no mundo:
:: Saudi Aramco (Arábia Saudita)
:: NIOC (Irã)
:: KPC (Kuwait)
:: ADNOC (Abu Dhabi)
:: Gazprom (Rússia)
:: CNPC (China)
:: PDVSA (Venezuela)
:: Statoil (Noruega)
:: Petronas (Malásia)
:: NNPC (Nigéria)
:: Sonangol (Angola)
:: Pemex (México)
:: Petrobras.
A verdade é que ter o controle do setor do petróleo permite:
:: Influenciar no preço dos derivados do petróleo e favorecer o mercado interno. Ou seja, controlar a subida de preços dos combustíveis.
:: Priorizar políticas voltadas para o desenvolvimento nacional, dando oportunidade de desenvolvimento de cadeias de produção regionais, estimulando a indústrias e o setor de serviços; consequentemente gerando empregos.
:: Controlar a exploração das reservas e da comercialização dos derivados. Assim como fortalecer as refinarias, para que os produtos não necessitam serem importados em demasia.
:: O refino é revertido em derivado e, sendo nacional, o preço da gasolina e do diesel ficam mais baratos. Principalmente porque um país que detém essa riqueza natural (petróleo), finita e não renovável, precisa usufruir dela.
:: Desenvolvimento tecnológico para detalhar jazidas de óleo e gás, seu potencial e seus custos de exploração. Graças a essa capacidade, o Brasil chegou ao Pré-sal, maior descoberta do setor nos últimos 30 anos no mundo!
:: Desenvolver tecnologia própria. Por exemplo: na Usina do Xisto, em São Mateus do Sul, no estado do Paraná, a Petrobrás é a única no mundo que consegue extrair do xisto o petróleo e de maneira sustentável. Só ela detém essa tecnologia.
Ao comparar a atual agenda política do Governo Federal com os fatos apresentados, percebe-se que o Brasil caminha é na contramão do mundo.
E isso piora ao saber que os principais países do mundo reestatizam seus serviços que ficaram mais caros e piores quando foram privatizados.
Conheça os líderes em reestatização:
.1 – Alemanha – 348 reestatizações.
. 2 – França – 152 reestatizações.
.3 – Estado Unidos – 67 reestatizações (sim! O país que é usado como exemplo por muita gente estatizou dezenas de serviços e empresas).
.4 – Reino Unido – 65 reestatizações.
.5 – Espanha – 56 reestatizações.
Olhe novamente essa lista e perceba que nenhum desses países poderiam ser acusados de “comunistas”, “bolivarianos” ou qualquer balela do tipo. São apenas países cujos governos foram inteligentes o suficiente para perceber que a população deve ser sua prioridade, e a estrutura do Estado deve ser responsável por proporcionar desenvolvimento econômico e social.
Ao menos 55 países reestatizaram algum tipo de serviço essencial entre 2000 e 2017.
E aí, o Brasil está ou não está na contramão do mundo quando o assunto é petróleo e defesa da soberania nacional?
Entregar um setor estratégico, que é o passaporte para o futuro do país (estima-se que apenas no que foi descoberto até agora do Pré-sal a Petrobras poderia lucrar em torno de US$ 10 trilhões – que seria equivalente a R$ 44 trilhões, em cotação de dezembro de 2019 – nas próximas décadas) para mãos estrangeiras não vai contra a ideia de um “Brasil acima de tudo”?
Quer saber mais? veja nossa outra matéria: Mentiras sobre o endividamento da Petrobras: uma estratégia para a privatização
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